domingo, 13 de setembro de 2009

Caminhos por onde ando


Você sempre encontra uma pessoa amiga que estenda a mão, apoie teu queixo e o ergue.

Alguém que mostre o horizonte e indique o ponto ideal – aquele lugar onde você deseja chegar.

Com a mão estendida, mostra os caminhos e faz com que você perceba as maravilhas a sua volta.

Alguém que te ensina escalar paredes, descer e subir escadas, pular de penhascos e até voar...

Caso decida por escalar paredes, no final do percurso, suas mãos estarão calejadas e com enormes cicatrizes adquiridas ao longo do percurso.

Se pular, poderá morrer pela queda, ou ficar sem os movimentos das pernas antes mesmo da chegada.

Se decidir voar, quando perceber que você não tem asas; que Petter Pan é uma lenda, você despencará. Morrerá ou não conseguirá mais andar.

Se optar por descer as escadas, deverá estar atento, porque quando faltar atenção pela curiosidade de apreciar as paisagens; Escorregará e cairá. Ou por causa do muito tempo gasto no percurso, os degraus apodrecem, consumidos pelos cupins; Ou um tremor de terras, e você se verá sem mais degraus, por eles terem sido devorados pelas crateras abertas. E você chegará com seqüelas ou morto.

Mas independente dos caminhos que você decida seguir, saiba que encontrará um amigo com a mão estendida.

Algumas vezes a pessoa que estende a mão, a solta; não pense que esta o abandona. Simplesmente ela passa por um período doloroso e necessita de auxílio, e não tem mais forças para continuar seguindo contigo... Precisa reunir forças, talvez se atrase, talvez siga por outros caminhos, talvez esteja tentando sobreviver as suas próprias cicatrizes.

Sempre conseguirá outra pessoa que dê a mão e siga a adiante com você.

Você aprende muitas vezes que desviar de um obstáculo é melhor que destruí-lo. Porque perde tempo precioso para destruir pedras encontradas no caminho, quando se pode contorná-las e percorrer uma distância maior no mesmo tempo em que gastaria para destruir uma pedra.

Percebe que ao circular a pedra sobra mais tempo para apreciar a beleza, a riqueza, a diversidade bio-psico-socio-cultural do caminho.

Percebe que aquela pedra confundida com uma ardósia barata, ao olhar mais profundamente encontra uma esmeralda bruta, com um valor inestimável vestida com um manto natural e simples. Uma pedra bruta que ao ser trabalhada descobre seu valor.

Percebe que há somente uma mão estendida, a outra segura a mão de alguém que o auxilia; pois ninguém percorre os caminhos da vida sozinho, sem apoio de outro alguém.

Aprende que nas quedas dos caminhos, ficamos incapacitados por alguns momentos, e outros virão com ombro amigo, bengalas, muletas e nos levaram muitas vezes colo ou nas costas.

Percebe que muitas vezes é preciso recuar. Mas nunca voltar, por imaginar impossível encontrar o ponto ideal, pois só distanciaria mais e mais. E muitas vezes a chegada ao ponto ideal passa a ser impossível, por causa do tempo, maior amigo que poderá se transformar no maior algoz.

Percebe que depois de anos vividos, mora em uma tapera velha cercada com muros e espinheiros. Com paredes rachadas e trincadas precisando de reforma e muitas vezes, demolição.

Percebe que o conteúdo do coração deve ser mudado, mudar o interior da casa. Trocar os encanamentos, a fiação, derrubar algumas paredes porque a luz não penetra e o ar não circula.
Que precisa de moveis, de uma decoração nova, que seja agradável e aconchegante.

Que precisa substituir os espinheiros por jardins. Porque o mesmo esforço que é feito para cultivar os espinhos é o mesmo esforço gasto para cultivar flores. Que espinho fere e não permite a aproximação do amor e dos amigos.
Que quando as roseiras florescem, vem a lagarta, constrói sua crisálida e conclui seu ciclo.

Percebe que os muros devem ser derrubados para que a alegria seja dividida, e os amigos virão.

Que a mesa senta o feio e o belo, o perfeito e o imperfeito, o fraco e o forte. O fraco para ser ajudado e o forte para auxilia-lo ao longo do caminho e consiga superar as falhas, erros, e ensine a ser vencedor.



Somos exatamente aquilo que desejamos ser, a partir do momento em que decidimos mudar e nos transformar no melhor que podemos ser.

“Não espere que lhe tragam flores, plante seu jardim e cultive suas rosas, que as borboletas virão” (Mario Quintana).

Nem sempre quando se ouve um não seja ora de parar de lutar, e sim, esperar, fortalecer e pensar nas falhas, reestruturar. Porque muitas vezes não estamos preparados para ouvir um sim... Que nem sempre saberíamos sobreviver caso a permissão fosse dada naquele momento.


Alguns caminhos levam a lugares distantes, mas sempre temos como seguir a um ponto onde devemos chegar.

No final sempre haverá cicatrizes. Servirão como lembranças de nossas vitórias. Troféus adquiridos pelo tempo, durante o percurso.


Caso não se mova e decida não sair do lugar, saiba que não estará morto, entretanto constatará que nunca viveu.



Afff... Nem eu mesma estou me compreendendo agora... Sinto que os tremores estão chegando, a terra se desloca sob meus pés e não sei qual o caminho seguir... Talvez em frente... Só não sei se para onde olho é o caminho certo a seguir, ou se não passa de uma simples ilusão... Mas a mão está se estendendo a meu lado.

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